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O que determina quais seres vivos serão atingidos por um evento de extinção em massa? Um artigo recém publicado na revista científica PALAIOS (leia aqui) avalia o impacto dos ambientes montanhosos na preservação de espécies durante o Grande Coupure, uma extinção em massa que há ±33,5 milhões de anos dizimou faunas da Europa, mas que teve pouco impacto em outros locais como a América do Norte. Esse último era um lugar muito diferente naquela época: onde agora existem os desertos e florestas temperadas de montanha do Meio Oeste Estadunidense, extendiam-se biomas subtropicais úmidos que abrigavam uma biodiversidade superior à atual da região. Através da análise de similaridades entre faunas fósseis de pequenos crustáceos lacustres conhecidos como Ostracodes, os pesquisadores encontraram evidências de uma mudança ambiental que teve impacto devastador sobre as biotas Eocênicas, as quais só se recuperariam muito depois. Mas como essa recuperação foi possível? O relevo de Montana, dominado no Eoceno por picos rochosos e vales elevados, preservou diversos ambientes lacustres de pequeno porte que atuaram como refúgio para as faunas sobreviventes do Grande Coupure até que condições climáticas melhores permitissem uma nova explosão de diversidade após o Oligoceno.